Secretaria de Agricultura apresenta trabalho na área de agrotóxicos aos vereadores de Lagoa da Prata

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Secretaria de Agricultura apresenta trabalho na área de agrotóxicos aos vereadores de Lagoa da Prata

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BELO HORIZONTE (14/02/2019) – A secretaria de Agricultura recebeu, nesta semana, a visita de representantes da câmara municipal de Lagoa da Prata para discutir políticas públicas voltadas ao desenvolvimento agropecuário do município. A produção de cana-de-açúcar é uma das principais atividades agropecuárias do município de Lagoa da Prata. Segundo o levantamento do IBGE (2017), a produção é de 709,5 mil toneladas, cultivas numa área de 10,4 mil hectares – números que colocam o município como o segundo produtor de cana da região Centro-Oeste do estado, e reforçam a atividade como fonte geradora de emprego e renda na região.

Em reunião com a Secretária Ana Valentini nesta quarta-feira (13/2), uma das pautas foi o trabalho desenvolvido pela Seapa para assegurar, caso o produtor rural opte por utilizar agrotóxicos, que o faça da forma mais racional possível. Um projeto de lei está em tramitação na câmara municipal, visando proibir a aplicação aérea de agrotóxicos no município. O objetivo da reunião foi municiar os representantes municipais com informações oficiais, científicas e fidedignas para subsidiar a tomada de decisões das lideranças locais, sem alarmismo e preconceitos sobre o tema que, muitas vezes, têm como base a desinformação e o debate ideológico, sem o lastro técnico/científico que devem ser os pilares para a formulação da legislação.

Segundo o Superintendente de Desenvolvimento Social e Ambiental, Rodrigo Carvalho Fernandes, responsável pela apresentação, o trabalho da secretaria é isento de conflitos de interesses. “Nosso trabalho é apoiar o produtor em qualquer modelo que ele queira adotar, seja o convencional, produção sem agrotóxicos ou orgânica. No entanto, a grande maioria dos produtores mineiros optam pelo modelo convencional de produção agrícola com a utilização de agrotóxicos para manejar as pragas, doenças e plantas espontâneas que atacam as suas lavouras e a orientação da secretaria e do Instituto Mineiro de Agropecuária (órgão estadual de vigilância e fiscalização sanitária) é de que o uso seja feito seguindo os parâmetros de segurança previstos na legislação".

O superintendente ressalta, também, que Minas Gerais, por meio do IMA, é o estado que mais fiscaliza e o que mais promove ações de educação sanitária na esfera de agrotóxicos no país e que esse binômio fiscalização/educação é primordial para alcançar o uso racional de agrotóxicos.

Além do posicionamento da secretaria, na apresentação para a presidente da câmara, Josiane Lúcia de Almeida da Silva, e para a vereadora Quelli Cássia Couto, foram explicados pontos da legislação, as ações de cada órgão vinculado à secretaria, as regras específicas que regem a aplicação aérea dos produtos e os trabalhos de educação sanitária e certificação da qualidade da produção.

Presente na reunião, o professor Luiz Roberto Guimarães Guilherme da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ressaltou que a tecnologia da nossa agricultura é essencial para a sustentabilidade, uma vez que nos permite avançar em produtividade, ou seja, sem a necessidade de abertura de novas áreas de produção, preservando, dessa forma, os recursos naturais.

Em todo o estado, apenas dois municípios contam com legislação proibindo a aplicação aérea de agrotóxicos (município de Luz) e Lagoa da Prata, que já teve uma legislação proibitiva (2008), passou por um processo de flexibilização no ano passado e agora discute, novamente, a possibilidade de voltar a proibir a prática.

Em relação à produção de cana-de-açúcar em Lagoa da Prata, a série histórica do IBGE mostra que a produção cresceu 77,6%, comparando os anos de 1974 e 2017 (último levantamento disponível). Em 43 anos, o volume saltou de 399,4 mil para 709,5 mil toneladas. A produtividade, no início da década de 70, era de 51,4 mil quilos por hectare e em 2017 subiu para 67,9 mil kg/ha. O crescimento reflete, entre outros fatores, o uso de tecnologias na atividade.

Na avaliação da vereadora Quelli Couto, quanto maior o avanço tecnológico maiores são os desafios, mas é necessário buscar informações técnicas para acabar com os “achismos” e se basear em dados científicos para esclarecimento da população e a tomada de decisões.

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