Agricultura familiar de Jequitinhonha enfrenta crise do coronavírus com vendas on-line

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Agricultura familiar de Jequitinhonha enfrenta crise do coronavírus com vendas on-line

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A nova forma de comercializar a produção está agradando produtores e clientes
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Em tempos de pandemia de coronavírus, onde o afastamento social tem sido a principal medida recomendada pelas autoridades de saúde, para conter o alastramento do vírus, produtores rurais têm se articulado para garantir a comercialização de seus produtos, com segurança.

No município de Jequitinhonha, no Vale Jequitinhonha, os agricultores familiares locais estão comercializando agora seus produtos de forma on-line. E tudo indica que estão indo muito bem, como explicou a secretaria municipal de Agricultura, nesta terça-feira (24/03), Dilmaria Gonçalves de Jesus. “Os pedidos cresceram muito e tem agricultor que está vendendo dez vezes mais”, afirma.

Segundo a secretária, na última sexta-feira (20/3), as duas feiras livres, realizadas aos sábados e quartas-feiras, foram suspensas para evitar aglomerações e assim prevenir o contágio pelo vírus. Até o momento, conforme Dilmaria, o município não registrou nenhum caso da doença e nem suspeito, mas é preciso atividades de prevenção, inclusive para atender clamor da própria população.

“Graças a Deus não temos nenhum caso confirmado ou suspeito. Mas para prevenção, uma das estratégias adotadas pelo município foi a suspensão das feiras livres, até por exigência da comunidade. Houve uma cobrança muito grande por parte da população. Feira livre em nossa região é um lugar turístico de encontro de pessoas de todos os lugares, inclusive de outros estados, o que pode favorecer a contaminação. Então para que os nossos produtores não ficassem no prejuízo e não corrermos riscos, decidimos criar feiras on-line”, explica.

Funcionamento

“Criamos dois grupos de WhatsApp, com a participação de produtores, dos cadastrados na Associação de Feirantes de Jequitinhonha e de consumidores, entre outros. Divulgamos os links para demais grupos, como do PAA, por exemplo. Agora os produtores recebem os pedidos, informam os preços e combinam as entregas”, explica.

A secretária informa que, no total, os dois grupos de WhatsApp têm juntos mais de 300 contatos. A medida está beneficiando inicialmente cerca de 40 agricultores, mas a expectativa é que aumente mais a adesão de outros produtores do município. Ela calcula que Jequitinhonha deve ter mais dois mil agricultores familiares.

A feira de sábado era aberta a todos que queriam comercializar e não apenas agricultores. Já a feira de quarta-feira era exclusivamente da agricultura familiar e vendia produtos hortifrutigranjeiros e artesanatos como adornos de casa, cabaça e cerâmica.

Agricultoras comemoram

Para Dilmaria Gonçalves, essa foi uma excelente alternativa de enfrentamento dos dias difíceis que virão, sem expor os produtores e consumidores aos riscos de contaminação com o vírus da Covid-19. O modelo, segundo ela, já está sendo avaliado por outros municípios vizinhos, como Itinga e Almenara, que pensam em implantar o mesmo sistema de comercialização. “Se depois da crise ficar demonstrado ser uma estratégia boa de comercialização, a gente vai continuar”, garante.

“O comércio on-line está sendo a melhor ferramenta para substituir as vendas que aconteciam nas duas feiras. Os filhos podem ajudar os seus pais anotando os pedidos, enquanto eles se ocupam da produção e distribuição”, propõe. Dilmara informa ainda que todos os cuidados de higiene estão sendo reforçados junto aos produtores.

A produtora do Assentamento Campo Novo, no município, Valdirene Rocha, está satisfeita com a nova forma de comercializar os produtos cultivados pela família. “Está sendo muito bom pra gente e para os clientes. Estamos vendendo mais”, confirma. Mais tímida para se expressar, mas igualmente animada, depois de aderir à nova forma de vender sua produção, a agricultora Elisângela Matias, do projeto de assentamento Graúna, também resume: “nossas vendas on-line estão dando certo e espero que continue”.

Terezinha Leite - Ascom/Emater-MG

Foto: Divulgação Emater-MG

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