Epamig e Fundação Renova implantam hortas agroecológicas circulares em Minas Gerais

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Epamig e Fundação Renova implantam hortas agroecológicas circulares em Minas Gerais

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Implantações iniciais ocorreram em propriedades do município de Barra Longa. Objetivo é fortalecer a agricultura familiar em municípios da bacia do Rio Doce
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A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), desenvolve em parceria com a Fundação Renova um projeto para fortalecer a agricultura familiar sustentável em municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão. As ações mais recentes envolveram a implantação de unidades de hortas agroecológicas circulares no município de Barra Longa. Para os próximos meses, o objetivo é atender outros municípios mineiros localizados na bacia hidrográfica do Rio Doce.

O rompimento da barragem, em 2015, comprometeu o uso do solo e da água em alguns municípios de Minas Gerais. A difusão da tecnologia de hortas agroecológicas circulares é uma estratégia para melhorar a qualidade de vida de pequenos agricultores e de seus familiares, bem como proporcionar novas fontes de renda para as famílias. Além da construção das hortas, estão previstas no projeto as realizações de cursos, Dias de Campo e encontros técnicos destinados a produtores rurais, técnicos e extensionistas.

Segundo o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, a atuação da empresa de pesquisa é estratégica para a retomada da agricultura nos municípios mineiros atingidos pelo desastre em Mariana. O diretor conta que, depois do rompimento da barragem, a empresa estatal foi procurada pela Fundação Renova para integrar o programa de retomada das atividades agropecuárias dos municípios atingidos. Segundo ele, os trabalhos com hortas agroecológicas já realizados pela Epamig em outros municípios mineiros são provas de que vale a pena investir em uma agricultura familiar ecológica e sustentável.

"Entre várias alternativas discutidas com a Fundação Renova, a linha de hortas agroecológicas foi uma das que mais despertou interesse dos agricultores. A Epamig já possui uma expertise técnica muito grande para implantar essas hortas em vários locais de Minas Gerais, como nos municípios do Norte e das regiões Leste e Central. Para otimizar espaços, vislumbramos ainda as possibilidades de integrar as hortas com a piscicultura e a criação de aves", destaca Júnior.

As primeiras hortas, implantadas em Barra Longa funcionam como projetos pilotos, para chamar a atenção de demais produtores da região. De acordo com o especialista da Fundação Renova, Gabriel Kruschewsky, o interesse dos demais agricultores é o que vai ditar o ritmo das próximas implantações.

"A expectativa é de que as unidades demonstrativas de hortas agroecológicas circulares sejam 'espelhos' de nossas ações para a sociedade e que os agricultores contemplados sejam multiplicadores. Nosso interesse consiste na diversificação produtiva e na conformação de agroecossistemas sustentáveis que permitirão maior agregação de valor e, consequentemente, incremento da renda dos agricultores. Tudo isso constitui um elemento importante para a estratégia de desenvolvimento rural nos municípios atingidos e na retomada das atividades agropecuárias", afirma Kruschewsky, especialista em usos sustentáveis da terra.

Hortas circulares agroecológicas

Os modelos circulares das hortas agroecológicas não são por acaso. O sistema funciona como curvas de nível, o que faz com que toda água que cai na horta permaneça dentro dela. Desse modo, é possível reduzir a erosão em locais mais declivosos e, em locais planos, aproveitar melhor a água da irrigação. Além disso, outra vantagem do modelo circular é a redução do deslocamento dos trabalhadores, sem contar que, esteticamente, as hortas circulares são mais bonitas.

Segundo a pesquisadora da Epamig e coordenadora do projeto, Polyanna de Oliveira, o que importa não é o tamanho das hortas, mas a diversidade presente nelas. A pesquisadora afirma que é possível plantar de tudo: hortaliças folhosas, tubérculos, legumes, verduras, grandes culturas e até fruteiras. As cercas das hortas são aproveitadas para plantio de maracujá e de feijão guandu. Já o centro é reservado para galinheiros, tanques de peixes ou espiral de ervas aromáticas, medicinais ou condimentos.

A coordenadora conta que para as primeiras unidades de hortas agroecológicas circulares instaladas em Barra Longa os produtores optaram por plantar abobrinha, alface, alho-poró, almeirão, beterraba, cebola, cenoura, couve, couve-flor, jiló, mostarda, rabanete, rúcula e salsa.

“A escolha do que colocar no centro da horta depende da disponibilidade de área, de água e do interesse do produtor. Em um mês, uma horta média consegue alimentar facilmente uma família de cinco pessoas”, enfatiza Polyanna.

O agricultor familiar de Barra Longa, Adão Procópio, plantava e comercializava legumes e verduras antes do rompimento da barragem de Fundão. Ele foi procurado pela Fundação Renova e hoje é um dos primeiros a ter implantada em sua propriedade uma horta agroecológica circular. O agricultor vê com boas expectativas a oportunidade de retomar a produção e os negócios da família.

"Os primeiros plantios foram concluídos na última semana. Os pés ainda estão nascendo. Precisamos fazer alguns ajustes com relação ao fluxo de água, mas as expectativas são boas. Estou feliz com essa horta na minha propriedade", declara Procópio.

Ascom/Epamig 

Foto: Epamig/Divulgação

 

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