Agricultores de Gouveia vão colher safra de alho 30% maior

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Agricultores de Gouveia vão colher safra de alho 30% maior

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A produção do município deve alcançar 210 toneladas
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Os produtores de Gouveia, no Vale do Jequitinhonha, estão animados com a colheita da safra do alho, que deve ocorrer agora no fim de agosto e durante o mês de setembro. De acordo com a Emater-MG, instituição vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a expectativa é de que sejam produzidas 210 toneladas da planta no município.

A área cultivada (cerca de 15 hectares) deve alcançar uma produtividade de 14 toneladas por hectare, um aumento de 30% em relação ao ano passado, devido à implantação da tecnologia de produção de alho livre de vírus, desenvolvida pela Embrapa Hortaliças.

A nova tecnologia começou a ser introduzida no município em 2016, por meio de dia de campo, realizado pela Emater-MG em parceria com a Embrapa e a prefeitura local. As ações foram acompanhadas pelo pesquisador Francisco Resende, que é coordenador do Programa de Melhoramento de Alho da Embrapa.

O segundo passo do projeto foi a implantação, no município, de uma unidade de multiplicação de alho livre de vírus. “A parceria com a Embrapa fortaleceu muito a cultura do alho local. Com essa parceria foi possível adquirir um telado (cômodo com estrutura em madeira e tela). No telado, a gente está cultivando a variedade Amarante livre de vírus. Com essa cultivar sem vírus, nós estamos tendo uma grande melhoria da produção e na qualidade do alho do município”, explica o extensionista da Emater-MG, Adriano de Carvalho Gomes.

Atualmente, em Gouveia, mais de 100 produtores trabalham com o cultivo do alho. Mas o negócio já é bastante tradicional no município e o cultivo da hortaliça foi muito forte no local até o início da década de 1990, principalmente, na agricultura familiar. “Gouveia já foi chamada de a terra do alho. A cultura é uma importante fonte de renda no município e nossa meta é crescer todo ano até atingir novamente uma posição de destaque nacional”, diz a chefe do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura de Gouveia, Paula Aparecida Trindade.

O produtor Jurandir Pereira diz que o município tem uma produção agropecuária variada, mas o principal produto de Gouveia é mesmo o alho. “É uma tradição passada de pai para filho e depois neto. Assim a gente vai dando continuidade ao trabalho com a cultura”, conta. O técnico da Emater-MG comenta que a região tem um clima propício para a produção de alho, por causa da altitude (acima de 1000 metros) e da boa oferta de água, necessária para a irrigação da lavoura, cujo plantio ocorre no mês de abril (início do período seco).

Mercado

O consumo de alho cresceu 20% no Brasil em 2020, segundo estimativa da Embrapa Hortaliças. Já a produção do bulbo atingiu 36 milhões de caixas de 10 quilos, confirmado uma boa expansão da cultura no país nos últimos anos. Em seis anos, as lavouras saíram de menos de 10 mil hectares para 14 mil hectares, enquanto a produtividade saltou de nove para 15 toneladas por hectare no período.

Mas o produto nacional concorre com o alho de origem chinesa, que responde por quase 50% da oferta da planta no mercado brasileiro. Como forma de equilibrar a competição entre os preços dos mercados nacional e importado, foi adotada uma tarifa antidumping, prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país. Mas o alho importado do Uruguai e da Argentina é isento de tarifas, por ser de países-membros do Mercosul.

O técnico da Emater-MG comenta que, devido à pandemia, os produtores de alho do município têm enfrentado dificuldades na comercialização do produto. “Geralmente, são atravessadores que compram a produção local e levam para outros municípios, mas com a pandemia esses compradores não têm aparecido na região. Então, a comercialização está mais complicada”, argumenta Adriano Gomes. Mas, na safra de 2021, a expectativa é de que a redução do número de casos de Covid no país e o congestionamento de navios nos portos chineses, devido às ações de combate à variante Delta, possam trazer novamente os compradores à região.


Flávia Freitas - Ascom/Emater-MG

Foto: Divulgação/Emater-MG

 

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